Iniciamos os trabalhos sem a presença de Fernando, pois ainda estava se recuperando de uma indisposição que teve no dia de ontem, ficando de chegar para a segunda parte do trabalho.
Como já vem sendo nestes últimos dias, a Carla assumiu o inicio das atividades. Pegando bem leve nos alongamentos, partindo do chão e seguindo para o plano alto, onde deu uma esquentada nos corpos, nos deixando em prontidão para seguir imediatamente para o trabalho musical.
Marco assume e conduz o exercício de “passar a palma”, onde devemos ter a atenção em receber e passar a palma mantendo a pulsação. Um excelente exercício para se detectar os níveis de ansiedade que vão para a cena.
Variando o mesmo exercício, substituímos a palma que se acumula ao passar pelo ponto inicial por um movimento de suspensão.
Passamos para o teclado onde trabalhamos os fonemas, os exercícios que fazemos praticamente todos os dias para acordar as cordas vocais. Em seguida cantamos algumas canções do espetáculo criadas até agora.
Marco e Carla conjuntamente conduziram um processo de limpeza dos movimentos e ao mesmo tempo das músicas. Partindo do prólogo e seguindo para outros momentos musicais como: a entrada de Clarabela, o Troca-Troca, os mendigos que batem na porta de Aderaldo (Simão), a canção de São Pedro com a cabra, a cantiga do canário e a entrada de Andreza onde finalmente definimos os movimentos dela. Agora preciso ganhar segurança nessa movimentação para que fique mais orgânico. A partir destes movimentos, escolhi três para utilizar cada um em um crescente durante as mandingas feitas para conquistar Nevinha para Aderaldo. Me senti muito bem trabalhando pois, estavam todos contribuindo e irradiando para a cena. Sem contar com a paciência e generosidade de Carla para a construção destes movimentos.
Uma pausinha para água e em seguida Carla conduziu um exercício onde estávamos divididos em dois grupos dispostos em contraposição numa diagonal. Os grupos se dirigiam em encontro com movimentos de embate. Ao se encontrar no centro giravam em torno do adversário, mudando de lado e partiam para um embate imaginário de cabo de guerra. Creio que tenha algo haver com o embate do final do espetáculo, onde as diabas vão enfrentar os celestiais.
Pausa para o lanche e um breve descanso.
Fernando e Chris chegaram, mas ficaram em uma breve reunião. Enquanto isso retomamos os trabalhos dando uma lida no terceiro ato, exceto nas páginas finais que estavam faltando. Porém foi um pouco difícil essa leitura, pois deu uma baixa na energia após o lanche.
Após os pedidos de “coragem”, “vamos trabalhar”, partimos para brincar com a primeira cena deste ato. Em seguida relembramos a segunda cena (Os mendigos- Simão e Catação) que foi rascunhada no dia de ontem. O restante do texto chegou e demos uma lida no ato inteiro. Foi o tempo para que Chris e Fernando chegassem, mostrássemos para eles o que propomos e que colocassem suas observações.
Conversamos um bom tempo sobre a passagem de tempo do segundo para o terceiro ato. Quanto tempo se passou? Esta informação influencia principalmente no desenvolvimento das: Aderaldo, Clarabela, Simão e Nevinha.
Experimentamos fazer a cena com duas propostas de passagem de tempo. Uma primeira passando-se uns cinco anos e outra passando 20 anos. A partir do que foi proposto, optou-se até segunda ordem que: Aderaldo inicialmente tem 50 anos e depois passa a ter 75, Clarabela e Simão 35 a 38 e depois uns 50 anos, enquanto Nevinha que inicialmente teria uns 28 passa a ter 48 anos.
Finalizamos o dia retrabalhando as duas cenas a partir deste dado novo no processo.
Percebemos que a cena final será bem difícil, por isso não devemos nos desesperar para rascunhá-la.
Estamos dentro do cronograma e agora é preciso paciência para seguir.