quinta-feira, 18 de março de 2010

Dando continuidade a essa itinerância, fomos recebidos pelo produtor local Zaccaras em frente a pousada onde dormimos por uma noite. Como bem sabemos, algumas de nossas apresentações serão seguidas, e essa é uma delas. Ontem nos apresentamos em Recife e já chegamos em Limoeiro prontos para mais um descarregamento e montagem da Farsa.

A rua em frente a pousada foi fechada com o ônibus da circulação e o ponto de apoio para maquiagem e figurino ficou sendo a Rádio Difusora localizada em frente à rua.

Às quatro horas estávamos todos já preparados para dar início à primeira função de descarregamento, organização dos camarins e da cena, e por aí vai. Mais tarde, umas duas horas antes da peça, já começavam uns a se caracterizarem e outros ainda arrumando as suas respectivas estações. Enquanto isso, na rua um carro de som divulgando a Paixão de Cristo da cidade.

Sete e meia nos reunimos no pátio da pousada para o alongamento, para a concentração e para o aquecimento vocal coletivo e minutos antes de sair... cadê a espada do Miguel Arcanjo? Ficou no quarto! Corre pro quarto e... nada da porta abrir. Vamo assim mesmo!

Demos o play, e entramos rua adentro, chamando o povo que estava sentado na praça, o pessoal do lanche que estava por ali, as crianças que corriam de um lado para o outro, e foram todos se aproxegando às muitas pessoas que já estavam ali para assistir a peça. No primeiro contato percebo o quanto o povo é interativo e isso é bom. Muito burburinho em cena, dos atores e da platéia, claro, e está começando a Farsa da Boa Preguiça em Limoeiro.

Muita participação da platéia, podendo citar, por exemplo, quando o Joaquim solta um peido na cena em que Aderaldo tenta seduzir Nevinha, e um homem acende um fósforo para disfarçar o “cheiro”. Foi o primeiro aplauso em cena aberta da noite e a primeira vez que vimos um peido ser aplaudido em cena aberta. Peidos à parte, aplausos para a sacada do homem que acendeu o fósforo.

A peça transcorreu muito bem com uma interação do público muito grande realizando comentários, revelando coisas que os personagens ainda não sabiam que iria acontecer com a finalidade de ajudá-los, além das risadas extravagantes, dos ouvidos atentos. Enfim, Limoeiro, a meu ver foi uma apresentação bastante especial, pela particularidade do público que me parece ter se não o hábito, a curiosidade para a cultura.

Já no debate, o mais demorado até então, com muitas colocações sobre a peça e sobre a vida cultural da cidade, com a participação de todos os grupos de teatro, o secretário de cultura, uma professora que trouxe seus alunos e que no dia seguinte viria a perguntar aos alunos o que eles entenderam da peça para discutirem a sala de aula o que havia sido visto, estudantes de teatro e de música trazendo seus questionamentos e curiosidades.

Após esse debate super produtivo para ambos os lados, fomos comer, é claro, e para nossa surpresa, pois não esperávamos um banquete daqueles de lamber os beiços, dedos, garfos, fomos recebidos pela família que administra o Restaurante Limoeirense, conhecido por receber as mais célebres bandas de forró e que possui uma variedade de pratos que vai de um simples arroz, ao arroz de camarão e a um delicioso prato de bacalhau que todos ficamos loucos.

Evoé, Limoeiro!

1 Comentários:

Às 25 de março de 2010 às 17:49 , Blogger Gustavo França disse...

Eita, peido "véio" desmantelado...

 

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