Nono dia de trabalho. Só cinco por vir!!! Quase dois terços já foram!!! Por um lado, muita água já rolou. Por outro, quando mais o tempo passa, mais vemos como falta coisa. “É ááááágua!!!!”, como diria o Netto. Ontem acho que todos sentimos a parada do domingo, que nos demos de folga. Hoje, parece que o pique do trampo voltou.
Já começa a se tornar rotina o futebolzinho inicial. A coisa só não tá melhor porque todos não se envolveram ainda, apenas alguns estão mais próximos, mas de qualquer forma tem sido gostoso, divertido, e dá uma ligada nos motores antes do início do trabalho.
Começamos hoje com a sequência de aquecimento de voz que o Marco passou pros meninos ontem, já relatado pela Maisa: aquecimento dos músculos do pescoço e ombros, e a sequência de vocalizes ao piano. Depois, passou algumas músicas de aquecimento (“abacateiro abacá”, e “Donna nobis”), e o tema da Farsa. Em seguida, mostrou a música que compôs para a primeira cantiga do Simão, que ficou muito boa.
Passamos então para a continuação do trabalho de ontem, com a criação da cena quatro (“A crítica), inicialmente com grammelot, depois com fala. Um dos grupos foi formado por Netto (Simão), César (Aderaldo), Renata (Clarabela) e Camille (Nevinha); o outro, por Thardelly, Marco, Isadora e Suellen, nos respectivos personagens. Na primeira cena a Maisa fez a Lulu, a cadelinha da Clarabela; na segunda, o Thardelly assumiu essa função canina. Além disso, os atores que não estavam em cena fizeram os demônios-criados da Clarabela. Em especial na segunda cena, uma imagem muito boa foi criada, com o César, Camille e Renata fazendo os criados, com um monte de tralha em cima da cabeça, uma instalação ambulante, muito bom mesmo.
Depois partimos para o mesmo processo com as cenas 2 (“Bicho Preguiça”) e 3 (“A Primeira Peleja da Sedução”), que tínhamos pulado ontem. Antes do intervalo, a Chris conduziu aquela sequência de análise do texto que tem apontado um caminho muito rico para o levantamento das cenas: primeiro uma definição da sequência de acontecimentos da cena, e em seguida, a partir desses acontecimentos, define-se/cria-se ações para cada momento definido. E fomos para o intervalo. Lanchinho preparado pela Rê Mora, bate-papo, enfim, intervalo padrão. Aproveitei e recolhi os desenhos dos camelôs, encomendados para ontem, que acabou ficando para hoje.
Voltando, partimos para um vilão com bola, para dar uma ligada antes da cena, proposta minha a partir da reivindicação de ontem do Thardelly. Em seguida, partimos para o mesmo procedimento: nos mesmos grupos, os meninos prepararam improvisações das cenas 2 e 3 com grammelot e depois com fala, e apresentaram. Depois do rojão da cena 4, essas outras ficaram muito mais fáceis, fluíram bem.
Conversamos rapidamente, fizemos – eu e a “Ishtreva” – algumas considerações sobre as cenas e personagens – em especial questões ligadas à Nevinha, feita pela Tili e Suellen, que apresenta algumas dificuldades para elas, por possibilitar uma construção farsesca menos óbvia, como os outros personagens –, e partimos para o desafio do final do trabalho: fazer um passadão do início até o final da quarta cena!
Fizemos um bolão sobre o tempo que duraria. Os palpites ficaram entre 21 e 33 minutos. A resposta segue no final do post...
Bom, o exercício foi muito bacana e revelador. Algumas questões que emergiram:
1. Apesar de ainda lento, sem dinâmica e muito sujo, o exercício foi surpreendente, em especial quanto ao nível de apreensão dos atores sobre a sequência e a lógica do texto. A sequência de exercícios proposta pela Chris mostrou-se extremamente eficiente.·
2. A estrutura geral do espetáculo começa a mostrar a cara. Os carrinhos (por enquanto representados pelos cases), o extintor de CO2 – grande vedete da tarde –, o megafone, o chicote, os adereços que vão surgindo, os milhões de bebês do Simão e Nevinha, enfim, temos um rabisco, uma ideia!
3. Falta muito em relação ao texto e à limpeza. O pouco trabalho que fizemos – eu, César, Maisa e Netto – ontem com o prólogo já garantiu uma outra qualidade de relação, mesmo ainda faltando muito a se fazer e ainda estando muito sujo! É só um exemplo como o trabalho textual ainda está cru. Mas andando...
4. Claramente temos um grupo. Os nove atores trabalham muito bem juntos, não tem mais divisão, diferentes formações, etc. Todo mundo tá no mesmo barco. É muito fácil ver isso na cena. Nós três, eu, Chris e Marco, que estamos conduzindo o processo, também aparentamos encontrar cada vez mais o espaço de cada um, e a complementariedade dos trabalhos.
5. Se por um lado temos muito a trabalhar, por outro significa que temos muito a crescer. A metade do primeiro ato levou QUARENTA E CINCO MINUTOS!!!!!!!!! No entanto, é claro para nós que conseguimos baixar para, pelo menos, a metade disso...
O trabalho segue em frente. Que venha a quarta-feira!