sábado, 19 de dezembro de 2009

SÃO ESSAS AS MINHAS PEÇAS NESTE JOGO!

Natal, 16 de Dezembro de 2009

SÃO ESSAS AS MINHAS PEÇAS NESTE JOGO!

Assim, Ariano evoca todos os céus e infernos, o príncipe dos apóstolos, o mais corajoso anjo, o arcanjo decaído ao trono flamejante com sua corte infernal e tudo mais que esta terra tem de cego e esquisito para contar a farsa do pobre que virou rico e ficou pobre e do rico que virou pobre e ficou mais rico ainda. Descobrir os enigmas nas\entrelinhas, que pairam sobre o universo mítico e ficcional de Suassuna e de seus pitorescos personagens é no mínimo estimulante. Já não somos mais dois grupos!... Somos vinte! Pensando, experimentando, agregando idéias, jogando e reinventando antigas fórmulas de inventar, de imaginar.
Coube a mim, no dia de hoje relatar para a posteridade, meus pensamentos e inquietações a respeito da I fase do processo de montagem da Farsa.
Mais um dia de trabalho no barracão, e as expectativas aumentam e borbulham na panela de pressão do TEMPO, nosso mais ardiloso inimigo. Limpar o espaço agora é orgânico, o futebolzinho antes do ensaio nos coloca em estado de jogo imediato, sei que vamos aperfeiçoar a técnica, mas não posso exigir muitos dos meus colegas pernas de pau, incluindo o cUrinthiano!!! Corpo e mente já aquecidos ficamos nas mágicas mãos de Marco que nos conduz a um melhor entendimento do nosso aparelho fonador através de exercícios de extensão vocal.
“Não importa o desafinar nesse momento, é preciso ficar atento ao compasso, ao tempo e a pulsação da música"
(Marco França)

Era preciso dar forma à música, inserir a melodia na palavra, OUVIR!!!!!. Mas era preciso primeiro perder o medo de errar. Aliás, os medos foram sendo exterminados um a um, à medida que buscamos a unidade do som. Mas tudo isso não seria possível sem a compreensão e a paciência de Marco França, que com seu gênio insuperável, é capaz de deixar qualquer ator ou atriz acreditar que é possível sim, cantar e tocar como verdadeiros atores mambembes da commedia dell’arte. A relação se estabelece: Música X Palavra X corpo = Ator. Os instrumentos são agora nossos amigos, e o triângulo para mim, já não é mais um bicho de sete cabeças.

Taran tan, Taran tan, Taran tan, pum, plin, psiiiiiiiiii. ÉÉÉÉéééé Taran tan, plin...
A Farsa da Boa Preguiça.
2º Tempo do Jogo, Marco passa de diretor musical para ator, mas não perde em nenhum momento a integração com Christina nem com Fernando. Duas equipes são formadas e o tablado é dividido em duas partes. De um lado Streva trabalha com Suellen e Thardelly a cena 7 – Ciúmes de você. Enquanto eu, César já subdivididos por Fernando focamos no Epílogo e Isadora, Maísa e Camile trabalham diretamente com Yamamoto a cena V – 171 do cheque. A metodologia aplicada por Streva nos alimenta para a edificação das cenas, com resultados surpreendentes.

LEITURA à ANÁLISE DOS FATOS à ANÁLISE DAS AÇÕES à GRAMMELOT (IMPROVISO) àTEXTO FALADO (IMPROVISO) à EXIBIÇÃO DAS CENAS.

Pela primeira vez, no pouco tempo de vivência teatral que tenho, consigo sintetizar em palavras, a técnica aplicada em sala de ensaio. Em menos de duas semanas, já temos um esboço do primeiro ato, transversalmente ligado a uma “curingada” de personagens, onde o elenco tem a oportunidade de se experimentar, passear e improvisar de livre arbítrio por todas as personagens da trama. E isso não se limita ao núcleo duro do texto, mas transita também em personagens inventados e citados indiretamente pelo autor, a exemplo dos animais que amarram a estória, no caso do primeiro ato, o peru (existente no texto) e o cachorro de Clarabela (proposto nos ensaios), que segundo Dario Fo, permite ao espectador outra visão da mesma cena.
Oba!!!!!!!!!! Recreio!!!!!!!!!!!!
- Meninos e meninas, hoje temos bolo de moça, bolo de macaxeira, pão com requeijão e salame de frango, e um cafezinho dos deuses. Quem vai querer?!!!!

Estômagos felizes e corpos revigorados voltamos ao trabalho, desta vez, Streva trabalha a cena VI - descendo das tamancas com Isadora e Marco, simultaneamente Yamamoto conduz a mim, César e Maísa no Epílogo. Com as cenas já levantadas, fomos para o tablado conectar as idéias. Passadão das cenas V, VI, VII e Epílogo. Christina alerta aos integrantes que estão às margens da cena, que intervenham se necessário, com sugestões para a evolução cênica. E mais uma vez, os risos se propalam pela sala com as improvisações e com o gramelot.
Nosso epílogo ficou por conta da Paula, que nos apresentou um breve seminário sobre as informações que norteiam a nossa investigação. Começou falando da contribuição dada pela commedia dell’arte para o ofício do ator, sobre as personagens da commedia dell’arte, as máscaras, as personagens do espetáculo, e outras peculiaridades.

OUVIR, Uniformizar o trabalho do ator, A D O R O ESSE LAVAJATO introvertido e extrovertido, sem psicologismos nem ação interior, O CABRITO É SETENTA CONTO ancas, coluna, É DOIS QUILO E MEI POR DOI, rosto expressivo, caricatural, OUVIR, pensamento desejado, aberto, deixar o caos surgir, sequência ininterruptas das células, EU TE RASGO ESSE PEITO DE FERA pensamento concreto, o texto com registro corporal, OUVIR, sai da dimensão interior e vai para a dimensão externa do ator, PENSE NUMA PITEIRA AMULESTADA não mais se pergunta o que estou sentindo, pré expressividade, ação física não é movimento, não é gesto, OUVIR, ela possui uma composição, uma dimensão, ação psicofísica, esquecer o lugar comum, ELE SEMPRE FOI ANJO, ASSIM É BOM! Limpeza dos vícios, sem cartas na manga, estado de samadir, concentra, OUVIR, imagens geradas do imaginário coletivo, arquétipos, OS PECADOS SECUNDÁRIOS EXISTEM!!!, Universais, o que está nebuloso?, Negociar, OUVIR, esteja a favor da improvisação, nível de escuta, clareza na dramaturgia, OUVIR, equilíbrio, emoção, excitação, dever de casa, intervenção de rua, EL DIABO imagens que se sobrepõem, contemporâneo, medievo, pelo viés do grotesco, somos ratos da idade média, vender o que ainda não existe, MAR MININO, MARRÓIA ELE!!

Netto Ribeiro
In Process

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