segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

2° DIA - Barracão dos Clowns



Na primeira parte do dia, às 14h30min fizemos uma primeira leitura já buscando um despojamento, uma entonação, ênfase, intensidade, curvas melódicas, articulação. Apenas como exercício, nada definido. Revezamos os personagens e passo a passo fomos nomeando cenas para determinar o movimento de ação ou, o que aquela determinada cena almeja contar, para identificá-las com mais agilidade quando preciso for. Assim, o texto vai ganhando referências interpretativas, se estruturando. Durante a leitura ouvimos um microfone meio distorcido anunciando um produto, para tudo! Correm todos para rua, era o cara do picolé em sua bicicleta, um camelô ambulante, vê-lo já serviu de estimulo para idéias outras.Voltamos à mesa e finalizamos a nomeação das cenas do primeiro ato.

Em respeito ao autor da “Farsa da boa preguiça”, Ariano Suassuna, nada de coffee break, foi sim, uma paradinha pra tomar um cafezinho danado de bom!

Na segunda parte do dia, já por volta das 18h00min, Marco iniciou o trabalho vocal. Já como preparação, fizemos um aquecimento direcionado, onde a atenção redobrada atrelado ao dar e receber, manteria o fluxo da pulsação coletiva.

Depois buscamos, caminhando pela sala, um ritmo individual, em seguida teríamos que localizar em outro colega um ritmo semelhante e se adequar a ele, sendo um só. Naturalmente identificamos dois grupos, com ritmos iguais e subdivisões de tempo diferentes, mas sempre no mesmo andamento.

Executamos o exercício da contagem regressiva de 10, onde sempre batíamos palma no número 1 e na repetição iamos regredindo também os números. No inicio, a contagem foi feita em voz alta e, com o tempo, ela foi sendo internalizada, e ainda com comandos de “parou!”, continuávamos fazendo a contagem parados, mantendo a pulsação interna e voltando no comando de “andou”!

Ao piano, Marco ressaltou que devemos sempre exercitar a escuta, e que não deve ser uma disputa, mas um complemento de vozes, de encaixes, de agrupamentos. Marco nos passou dois trechos de musica, dividiu homens e mulheres e, com o violão, dedilhou a melodia. Começamos parados, nos escutando, equalizando até que, livremente, dançamos pela sala, trocando energia, olhares e risos.

(Canção) “Vento, venta mar que urra não urraiá meu bem querer, atrás de mim não vem gente oh meu Deus, quem é que tanto me empurra?”

A lição mais importante instigada por Marco foi a de perceber, a de ouvir-se e ouvir o outro. Eu me escuto e conseqüentemente escuto os outros, procurando uma mesma sintonia, uma só voz!


            “Um texto é antes de mais nada uma respiração”
                                                                        (Jouvet)

No encerramento da noite, na avaliação, colocamos nossas impressões do trabalho unanimente produtivas. Fernando advertiu que, em se tratando de um autor nordestino, texto nordestino e por sermos nordestinos, precisamos ter o cuidado de como lhe dar com essa situação, de como fazer sem reforçar o que já somos, e não correr o risco de virarmos sulistas falando oxentcXé!

  Thardelly Lima, Natal, 08/12/2009







2 Comentários:

Às 13 de dezembro de 2009 às 17:17 , Anonymous Ana Valentim disse...

Olha gente...
Estou acompanhando vocês lendo tudo que relatam.
Estou torcendo muito por todos, em especial é claro por meus amigos Netto, Maisa, Suellen e Isa. Sei que eles estão aproveitando cada momento dessa experiência.
Beijos...
E que os Deuses do teatro estejam com vocês.

 
Às 15 de dezembro de 2009 às 06:16 , Blogger Suellen Brito disse...

Nossa é muito bom isso! A força nunca é demais. Beijos! E que todos nós sejamos acompanhados pelos Deus do Teatro ;)

 

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