quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Forças, a flor da pele!



Começo hoje pelo fim do dia. Onde o respeito e a generosidade foram protagonistas do círculo vicioso do tempo. As vezes somos egoístas, e passamos por cima, e sem piedade, de algo tão importante e fundamental para a existência desse trabalho: A TROCA.
A troca de vida e de trabalho, entre dois grupos com cronologias diferentes mas da mesma espécie. A esperança que nasce a cada minuto em Marco, César, Renata e Fernando, nos coloca em estado de aprendizes da arte. Não haveria sentido algum simplesmente montar um espetáculo e cumprir com um edital se não houvesse por parte do Clowns, que mal saíram de uma montagem com grande temporada em São Paulo e de imediato se aventuraram no nosso universo, a certeza de que o caminho do Ser Tão está traçado, faltando apenas o engate nos trilhos dessa maquinaria.
Dias de limpeza de cenas são sempre momentos muito críticos, onde a paciência e a disciplina são fundamentais para a trajetória pacífica do espetáculo.
Iniciamos o dia com um breve aquecimento vocal, e passagem das músicas, em seguida, Fernando e Carla, trabalharam a cena da chegada de Clarabela. Cena, a qual, exigia dos atores uma atenção especial. A comitiva de Clarabela, foi mexida e remexida, faltava entusiasmo, preenchimento interno do coro, e aos poucos a cena foi começando a tomar um colorido. O cachorro que eu interpreto, Lulu, é um desafio a parte. Os movimentos partem totalmente da coluna, curvado e de quatro, percorro o espaço no tempo da introdução da música em 8 tempos. E assim foi marcado com cada ator do coro, até sua unificação. Hoje descobri mais uma relação do cão com a Clarabela, a de consultor intelectual. Os latidos começam a ser precisos e devidamente marcados, e como diz Marco França “imaginemos uma boca em cada parte do nosso corpo, principalmente na nuca e na coluna como se o som saísse também de toda essa extremidade cervical.”
Na sequência, fomos para a cena das diabas, Andrezza e Ferrabrás, para o deleite de Carla Martins, as duas atrizes, Renata e Camille propuseram uma espécie de ritual de transformação da personagem Ferrabrás. Ao mesmo tempo em que a trilha musical composta por Marco, regia o andamento da cena. A personagem da Camille deu uma boa crescida, descobrindo momentos cruciais da cena.
Já eram quase 22:00 h, quando prolongamos o ensaio para a limpeza da cena de Clarabela seduzindo Simão. O Thardelly, especificamente, encontrou um tempo muito bom de sua personagem na cena da Massagem.
Para finalizar fizemos um passadão de todas as cenas retrabalhadas até então.
Os dias estão ficando cada vez mais apertados e o tempo ainda persiste em ser o nosso maior inimigo. Mas vamos em frente, com fé em Deus e Dionísio, Pois somos privilegiados, e somos artistas.

Evoé.

Netto Ribeiro
In Process

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