Dia difícil
Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2010.
Apesar da amenizada que o clima deu nos últimos dias o calorão continua. A temperatura que se mantém firme sempre acima dos trinta tem colaborado para o mau humo. Ontem, finalmente, o pessoal da Funarte instalou o ar condicionado que o pai da Chris nos doou. Desde o dia em que chegamos, pela primeira vez vislumbrei a possibilidade de dormir bem. Nos acomodamos todos bem felizes no quarto refrigerado, eu, Marco, Fernando, Camille, Renata e Isadora, isso só depois de ter vencido uma maratona entre todos os residentes da casa Pascoal Carlos Magno para ver quem teria direito ao ar refrigerado. Pois bem, a noite começa linda, todos bem agasalhados debaixo dos seus cobertores. Passado um tempo o ar começa a cuspir gelo, baixamos então a temperatura, passado mais um tempo começa a ficar quente, aumentamos novamente, mas ai já era tarde demais. O imenso aparelho não voltou mais a gelar. Alegria de pobre e de artista (que é quase a mesma coisa) dura pouco.
Mal dormidos seguimos para mais um dia de trabalho. Demos continuidade ao trabalho de limpeza de cena. Em minha opinião a parte mais chata, porem necessária, do trabalho até esse momento. Seguimos movimento por movimento... não, para, volta, faz mais uma vez...
E assim seguimos, percebendo, discutindo e ajustando cada marquinha. O mais difícil desse trabalho são os momentos em que você não esta envolvido diretamente com a cena. Como o espetáculo nos coloca todos em meia lua na frente da área cênica, é preciso estar sempre em estado de cena, em prontidão. E nesse estado o trabalho pede que você fique durante horas. Quando se esta trabalhando dentro da cena o envolvimento e a prontidão se dão quase que naturalmente, mas quando se estar sentado, apenas assistindo, a busca pela prontidão se transforma em um processo difícil e penoso.
Também é importante relata um infeliz episódio. Hoje me indispus com Marco, fiquei irritado pela forma como ele me tratou em cena. Esse fato acumulou com outros e eu discuti com ele durante o trabalho. Chegando em casa o chamei para uma conversa, para acertarmos os ponteiros. Nesse meio tempo percebi que, independente da situação, tendo razão ou não, eu agi mal. Percebi que o correto a fazer era ter o chamado do lado e falado das minhas insatisfações na forma do trato.
Mas, passamos por mais essa, desculpas pedidas, desculpas aceitas, aperto de mão, abraço, beijo e jura de amor eterno mais uma vez.
1 Comentários:
Calma, César. Isso acontece até nas melhores famílias de Londres...
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