quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Passou o Carnaval...Carnaval? O que quererá dizer isso?

Depois de um Carnaval que passou por nós apenas pela TV, estamos numa quinta-feira de trabalho como tem sido comumente. Nessa fase final de ajustes e acertos detalhados, quase como uma afinação minuciosa, hoje continuamos o terceiro ato.

Temos conseguido nesses últimos dias manter uma rotina onde estamos passando todo o repertório musical da peça. Incluindo toda a limpeza até mesmo das sonoplastias que aparecem no decorrer da história. Tudo isso depois de um bom aquecimento vocal sem pressa e bem detalhado. Um luxo chegarmos a dez dias da estreia assim, com tanta tranquilidade. O perigo é a sensação de jogo ganho, apontado por Fernando e que não pode nos tirar a concentração no trabalho. Essa tranquilidade, que é boa, tem vindo carregada com um pouquinho de dispersão. É preciso cuidarmos disso também.

Propus uma pequena vinheta sugerida por Fernando para a entrada do Simão como mestre-sala, cena do terceiro ato. Algo breve, cômico e que dialogasse com a imagem dele caminhando em trajes que, por si só possui uma carga ridiculamente excelente. É interessante observar como a música nesse processo, sobretudo de formação e experiência primeira musical para muitos, coloca os atores num nível de atenção diferenciado. A insegurança diante de algo que é novo e que exige um pouco mais de atenção é sempre muito bem-vindo. Precisamos aproveitar isso, essa qualidade de prontidão para a trajetória durante todo o espetáculo.

A outra missão para hoje era criarmos alguma estrutura rítmica que resgatasse o espírito do que conseguimos para o encerramento através da célula que usamos no Capitão com a melodia do "Jerimum". Optei basicamente pelos mesmo instrumentos acrescentando a caixa numa estrutura rítmica do Galope. Mesmo com os problemas naturais de ainda não conseguirmos executar bem o que foi proposto, deu pra ver que vai funcionar. É preciso dar tempo ao tempo e, sobretudo, malharmos isso daqui pra frente diariamente. Como diz Helder Vasconcelos, "o bicho tem que pegar". Caça ao bicho, então!

Passado o momento musical comigo, Fernando assumiu as limpezas da cenas do terceiro ato a partir do ponto que paramos. Puxa dum lado. Estica do outro. Volta. Corta texto. Mais texto. Experimenta o que foi criado hoje. Inventa uma sequência de movimentos que codifique a praga dos três mendigos em cima de Aderaldo. Repete algumas dezenas de vezes a cena da oração com novas propostas de movimentação do coro e... assim chegamos ao fim do dia! Atores do Ser tão a caminho de uma reunião de produção e nós dos Clowns perdemos mais uma vez Avatar. Tsc tsc tsc. Ossos do ofício...

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